O mesmo ocorre na informática, todo equipamento que possa nos auxiliar a descobrir ou nos dar certeza do defeito é bem vindo, mas você não precisa ser um técnico para usar, abaixo daremos noções para que você possa operar um multímetro de maneira satisfatória.
Devo salientar que darei noções de uso, a leitura do manual deve ser obrigatória e caso queira saber mais existem livros que ensinam a lidar com o multímetro..
Somente faça as medições em ambiente claro, sossegado e livre de interferências tais como crianças ou animais, pois um erro ou esbarrão poderá danificar seu equipamento irremediavelmente. Não invente gambiarras ou ferramentas e sempre tenha atenção ao que esteja fazendo.
Mas em informática não tenho a necessidade de um aparelho com tantas funções, com um custo de aquisição mais alto e de maior tamanho e peso. Sem contar que trabalho na rua e em caso de assalto o prejuízo seria bem maior, por isso em informática uso um multímetro mais barato, importado do Paraguai e de marca desconhecida:
Já me acompanha a quatro anos e sem problemas, me custou na época R$ 16,50 e hoje em dia o preço deve ser o mesmo ou com uma ligeira diferença.
Sei que haverá técnicos que acharão a minha sugestão de um multímetro barato ruim, mas o que adianta a um leigo ou a um técnico em informática a compra de um equipamento de R$ 200,00 ou mais se não necessita de uma ótima precisão, se usará somente para leituras de tensões ou usará uma vez ou outra?
Os únicos cuidados na compra serão:
• As pontas de prova deverão ser confortáveis e de tamanho suficiente para se segurar com firmeza.
• A impedância de entrada deverá ser alta no mínimo de: 10 MΩ em AC e DC , isso porque em caso de baixa impedância haverá erros na leitura, pois o próprio aparelho consumirá parte da tensão medida.
• Convém que o aparelho possua a opção: Teste de pilhas e baterias, pois ajudará a medir as bateria CR2032 usadas na placa mãe.
• Possuir aviso sonoro na medição de resistência, útil quando medimos continuidade de cabos, botões, etc. Assim não necessitamos olhar o visor.
Apesar de haver diferenças entre modelos, os mais baratos geralmente serão parecidos com este:
1. DCV: Tensão Continua, a mesma de baterias, pilhas e saídas de fontes. Note que as faixas de leitura são: 200 mv, 2v, 20v, 200v, e termina em 1.000v.
2. OFF: A chave deverá ser mantida nesta posição quando não houver leitura ou quando for guardar o aparelho. O ideal caso o equipamento não seja usado por um período superior a uma semana é retirar a bateria que alimenta-o evitando assim um possível vazamento. Outra dica é sempre que terminar uma leitura voltar a chave para esta posição, assim evita que acidentalmente após usar na escala de continuidade, coloque na tensão AC que poderia danificar o equipamento.
3. ACV: Tensão Alternada, a utilizada em nossa casa para alimentar luzes, chuveiros, geladeira, etc. A faixas de leitura são: 750V e 200v.
4. Hfe: Este é para testar transistores.
5. DCA: Corrente contínua, para testar a amperagem de linhas DC, as faixas de leitura são: 200µ, 2m, 20m (10A) e 200m.
6. BATT: Faixa utilizada para testar pilhas e baterias, para ser testadas de modo eficiente as pilhas ou baterias tem que ter uma "carga" ou seja uma resistência compatível para que a leitura seja real, com esta faixa a "carga" será usara internamente em série com a medição, as faixas são: 9v e 1,5v.
7. Ω: Resistência, serve para aferir a continuidade de cabos, motores,diodos, medir resistores e etc. As faixas de leitura: Diodo, 200Ω. 2KΩ, 20KΩ, 200KΩ, 2.000KΩ, 20MΩ e 200MΩ. ( O K significa 1.000 e o M 1.000.000)
Antes de tentar medir as tensões da fonte deveremos saber que as tensões e cores dos fios são padronizadas, assim sendo todo o fio vermelho será 5v, amarelo 12v e assim por diante. Note que os conectores poderão ser diferentes, mas as cores nunca.
Para ficar mais fácil aqui uma tabela com as cores dos fios e suas tensões:
Branco (-5V)
Preto (Terra ou GND)
Verde (PSO)
Azul (-12V)
Laranja (3.3 V)
Amarelo (+12V)
Roxo (+5VSB)
Cinza (Power Ok)
Fique atento que a variação máxima de uma fonte chaveada é 5% para mais ou para menos.
Cuidado em medir tensões próximas, em caso de curto circuitar a fonte desarmará e terá que tirar a tomada e esperar alguns segundos e ligar de novo. Todo o cuidado é pouco, pois poderá danificar seu equipamento.
Como citado anteriormente a DCV é a tensão de pilhas, baterias e a que alimenta o computador e periféricos, assim sendo como exemplo testaremos a fonte e suas tensões.
Antes de encostar as pontas de teste coloque a chave na posição: DCV:
Este modelo possui 5 faixas de leitura: 200 mv, 2v, 20v, 200v, e termina em 1.000v, escolheremos a mais próxima ao qual vamos medir, exemplo:
Iremos medir a linha de 12v de uma fonte de computador, assim sendo a faixa de leitura mais próxima será 20v. Caso desconheça a tensão a ser medida coloque na faixa mais alta e vá descendo até ter uma leitura adequada.
Aqui a leitura da linha de 12v:
Note que colocamos a ponta de prova preta no fio preto (GND) e a vermelha no amarelo (12v) e tivemos a leitura no visor de 11,72v.
Agora iremos verificar a linha de 5v:
A ponta de prova permaneceu no fio preto (GND) e a vermelha foi para o fio vermelho (5v) tendo a leitura de 5,20v.
As medições acima foram feitas com a fonte conectada ao pc, mas poderiamos testar uma fonte fora do pc ou uma fonte nova.
Já imaginou se a fonte nova esteja com defeito e queime seu computador? Com o multímetro testaremos as tensões principais. Para darmos partida numa fonte temos que jumpear o fio verde com o preto faremos isso com um pedaço de clipe de papel:
Agora fecharemos o fio verde (PSO) com o preto (GND):
Agora poderemos aferir as tensões:
Note que deixamos a ponta de teste preta no fio preto (GND) e encostamos a vermelha no fio laranja (3,3v) e tivemos 3,36v.
Claro que o ideal é efetuar as medições da fonte com carga, mas este será tema de outro tutorial.
A faixa ACV compreende a tensão alternada, a mesma que é distribuída pela Furnas, Light, etc.
Ela está presente nas tomadas de nossas residências e alimenta luzes, motores de geladeira, ar condicionado, etc.
A fonte do computador é responsável por transformar os 127v AC nas demais tensões utilizadas pelo nosso computador: 3,3v, 5v, 12v, -5v, -12v e GND todas DC.
Tive um chamado certa vez em que o cliente reclamava que o computador não ligava, e que havia chamado um outro técnico mas o conserto havia ficado caro demais. Já tenho o hábito de desconectar os cabos e medir no cabo de força se há os 127v, para minha surpresa não havia, o defeito era no fio que havia se soltado por detrás da tomada dentro da parede...
Assim para não passarmos por isso:
Coloque a chave na faixa ACV:
Desconecte o cabo de força da fonte:
Coloque as pontas de teste nos orifícios:
É a faixa usada para medir pilhas e baterias, aqui usaremos para medir a bateria CR2032 a que é utilizada para alimentar o CMOS:
Coloque a chave na faixa BATT:
Retire a bateria da placa mãe, a parte de cima possui as inscrições referentes a marca e modelo, está é a + (positivo) e a parte de baixo é a - (negativo).
Coloque a parte + para baixo em cima da ponta de teste vermelha e coloque a ponta de teste preta na parte superior - :
Acredito que em eletrônica é a mais utilizada, pois usamo-a para: Aferir diodos, resistores, continuidade de: trilhas, fios, chaves, potenciômetros, etc.
No nosso caso usaremos a prova de continuidade, usaremos a faixa que possui o aviso sonoro (buzzer) que no meu está em 200Ω. Coloque a chave respectiva faixa:
Note que diferentemente das outras medições o visor não zerou. Quando medimos resistência o zero significa um circuito fechado ou continuo e o número 1 a esquerda que significa resistência infinita ou circuito aberto.
Note que se cruzarmos as pontas (curto circuitarmos) zera o visor:
Note que no visor aparece 00,8Ω, o que é normal significa a soma da resistência das pontas de teste, bornes, etc. Pessoalmente o máximo de tolerância que aceito é 1Ω, após este valor o ideal é trocar o aparelho ou mandar calibrar. No meu caso a medida 00,8Ω é considerada como 00,0Ω.
Agora pegaremos um cabo, no nosso exemplo será o do mouse após desmontarmos prenderemos o plugue PS2 no torno:
Agora encostaremos uma ponta de teste do multímetro no conector que está preso no torno:
E com a outra ponta colocaremos no circuito na outra extremidade do cabo:
Testaremos a continuidade em todos os pinos, quando acharmos o fio que corresponde tanto no plugue e na placa no visor aparecerá a inscrição 00,0 (no nosso caso 00,8) ou apitará. Caso algum pino ou todos apresente 1 a esquerda ou resistência infinita o cabo está partido, geralmente parte em curvas. Através do teste descobrimos a posição de ligação do conector:
Note que os dois últimos pinos não são utilizados.
Demos apenas algumas noções, o ideal é sempre nos aprofundarmos para que o serviço saia perfeito.
Luiz Cláudio
By www.netetronica.com 2008
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